Por Nanda Correia
O capitalismo emergido da globalização trouxe consigo uma
necessidade de consumo que afeta a vida em sociedade. Somos
bombardeados a todo momento por propagandas que tentam nos convencer que nosso carro não
serve, nosso cabelo esta um lixo, nossa roupa é fora de moda, nosso sapato é da
estação passada, nossa casa não serve, nossos móveis não servem, nosso corpo
não serve... Criando assim um grande vazio, uma imensa insatisfação e uma
sensação de que falta sempre algo para ser feliz. Mas é realmente esse o
objetivo da indústria capitalista: criar em nós necessidades que nos levam a consumir
sempre mais. O consumismo leva a sociedade a uma deterioração dos hábitos e dos
valores tornando o indivíduo escravo do materialismo, até as
relações sociais submetem-se a critérios materiais. A engenhosidade das
telecomunicações contribui reforçando a cultura de transformar tudo em produto.
De acordo com pesquisa realizada pela Datafolha em 2010, 80%
das crianças têm como principal fonte de lazer assistir à TV. Pela pouca idade
as crianças não conseguem discernir conteúdo de mensagem publicitária, o que
coloca esses potenciais consumidores do amanha na mira dos profissionais de
marketing. Um estudo do IBGE indica que 40% do consumo da família é
influenciado pelas crianças, ou seja, na grande maioria das famílias são as
crianças que decidem desde o destino das férias até o cardápio do dia. Se um
adulto não consegue controlar o impulso de consumir, imagine uma criança (que
passa em média 4 horas por dia em frente a TV). Por isso cada vez mais as
propagandas utilizam-se de personagens que povoam a imaginação das crianças – polvo grudado em carro, pelúcia que é fã de leite, etc. É
só a Disney lançar um filme novo que o mercado é inundado de produtos com os
personagens do filme.
O consumo e o trabalho assumiram
uma função na identidade do individuo que passou a ser valorizado pela renda
que retem, pelos bens que possui e pelos lugares que frequenta. No atual
cenário social, deixamos de ser cidadãos com noção dos nossos direitos
políticos passando a ser meros consumidores com pouca erudição, já que o
conhecimento tem serventia somente quando pode ser transformado em capital
imediato. A relação trabalho-capital-consumo nos fez perder a identidade
pessoal, passamos a ser identificados pelo que somos (qual a profissão rentável
que exercemos) e ou pelo que temos e assim pelo que podemos e queremos
consumir. Não estamos longe do tempo em que para confirmarmos nossa identidade
não mais usaremos o RG mas sim o IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) e/ou
a Carteira de Trabalho.
Gostei demais do post, temos que ter muito cuidado, lembro que na minha infância quando víamos algum comercial e pedíamos de presente ouvíamos no natal se vc passar de ano na escola e for bonzinho te daremos de presente, hoje em dia é a toda hora, as crianças nem aproveitam mais pois tudo vem facil demais.
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado! Concordo com você, as crianças acabam crescendo sem limites com toda a facilidade.
ExcluirBjos